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Campanha da Havaianas com Fernanda Torres reacende debate sobre leitura política na publicidade
Campanha da Havaianas com Fernanda Torres viraliza e divide opiniões ao ser interpretada como referência política.
A campanha da Havaianas com Fernanda Torres se tornou um dos assuntos mais comentados do cenário publicitário brasileiro ao ultrapassar os limites da comunicação de marca e entrar no campo da polarização política. Lançado como um filme de fim de ano, o vídeo viralizou rapidamente e gerou reações intensas nas redes sociais.
No filme, Fernanda Torres brinca com a expressão popular “começar o ano com o pé direito”, afirmando que prefere que as pessoas comecem o ano “com os dois pés”. A fala, pensada como um trocadilho alinhado ao universo da marca, foi interpretada por parte do público como uma referência política indireta, especialmente por ocorrer às vésperas de um novo ciclo eleitoral.
Quando a interpretação foge do controle da marca
A polêmica não nasce do conteúdo explícito da campanha, mas da leitura feita por grupos específicos nas redes. Perfis ligados à direita passaram a associar a expressão “pé direito” a uma alusão ideológica, acusando a marca de assumir um posicionamento político velado.
A reação incluiu críticas públicas, chamadas para boicote e vídeos de consumidores descartando produtos da marca. Em pouco tempo, a campanha deixou de ser discutida pelo conceito criativo e passou a ser analisada como um exemplo de como qualquer mensagem pode ser politizada em um ambiente de alta tensão social.
O silêncio estratégico da Havaianas
Até o momento, a Havaianas não fez pronunciamento oficial sobre o episódio. O vídeo segue disponível, mas houve relatos de moderação mais intensa nos comentários em algumas publicações. A ausência de resposta direta pode ser lida como uma tentativa de não ampliar ainda mais o debate e evitar que a campanha ganhe novos contornos.
No mercado publicitário, esse tipo de postura costuma dividir opiniões. Enquanto alguns defendem o esclarecimento público para proteger a narrativa original, outros avaliam que responder pode legitimar interpretações que não estavam previstas no conceito criativo.
O papel das marcas em um cenário polarizado
O caso da campanha da Havaianas com Fernanda Torres expõe um ponto sensível da comunicação contemporânea: o quanto as marcas conseguem controlar o significado de suas mensagens. Em um ambiente digital fragmentado, símbolos simples e expressões populares podem ganhar camadas de leitura completamente alheias à intenção original.
Mais do que um erro ou acerto criativo, a campanha se tornou um estudo de caso sobre contexto, timing e recepção. Ela mostra que, hoje, o risco não está apenas no que a marca diz, mas em como diferentes públicos escolhem interpretar.
Entre criatividade e ruído cultural
Do ponto de vista criativo, o filme segue a linha histórica da Havaianas: leve, bem-humorado e apoiado em figuras populares da cultura brasileira. A polêmica não invalida o conceito, mas evidencia como o ruído cultural pode se sobrepor à ideia central.
Para profissionais de publicidade, o episódio reforça a importância de análises de cenário cada vez mais amplas. Nem sempre é possível prever todas as leituras, mas compreender o contexto social virou parte essencial do processo criativo.
Confira o nosso artigo de “Os 5 Maiores Erros de Campanhas Publicitárias e Como Evitá-los”
FAQ: Perguntas Frequentes
Por que a campanha da Havaianas gerou polêmica?
Porque uma fala interpretada como trocadilho foi lida por parte do público como referência política indireta.
A campanha tem posicionamento político explícito?
Não. O conteúdo não menciona partidos, ideologias ou eleições.
A Havaianas se pronunciou sobre o caso?
Até o momento, não houve declaração oficial da marca.
O vídeo foi retirado do ar?
Não. O filme segue disponível, apesar de relatos de moderação de comentários.
O que esse caso ensina para a publicidade?
Que contexto social e leitura do público são tão relevantes quanto a intenção criativa.
